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Menopausa: O perigo dos ataques cardíacos em 10 pontos-chave

Sabia que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na mulher nas sociedades ocidentais, ultrapassando o cancro da mama, cancro uterino e a mortalidade periparto.

Menopausa: O perigo dos ataques cardíacos em 10 pontos-chave

Ainda que não seja uma fase de alarmismos e que possa (e deva) ser vivida de forma ativa, saudável e segura, é extremamente importante estar atenta a alguns dos sinais que o seu corpo lhe dá, particularmente durante a menopausa. 

Afinal, pelas especificidades deste período, que acabam por ter impacto em todo o organismo, existem riscos maiores do que os habituais em algumas áreas. E no que diz respeito às doenças cardíacas, a relação, por muito que ainda pouco divulgada, é uma realidade. De facto, estudos realizados neste âmbito apontam para um aumento da incidência de enfartes do miocárdio e AVC, a partir da menopausa  O porquê deste aumento foi atribuido ao longo de décadas à diminuição dos níveis de estrogénio nesta fase. Se é verdade que o estrogénio é uma das hormonas com conhecidos efeitos cardiovasculares, este são de natureza mista : protectores ou positivos mas também negativos. De facto os estrogéneos associam-se aos seguintes efeitos positivos :  níveis mais elevados de colesterol protector (HDL-colesteral)  e mais baixos de colesterol LDL (colesterol “mau”), relaxa e dilata os vasos sanguineos facilitando o fluxo sanguineo. Mas também contém em si um importante efeito negativo: é um promotor da formação de coágulos podendo funcionar como pró-trombótico.  mais importantes na proteção do bom funcionamento cardíaco, já que estimula a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo. Contudo a diminuição isolada dos níveis de  estrogénio,  não constitui em si um fator de risco, podendo contudo potenciar  factores de risco pré-existentes.

  • Na 2.ª Edição da Conferência Multidisciplinar Mulheres Sem Pausa, a Dra. Regina Ribeiras, explicou o tema de forma descomplicada, que agora reunimos em 10 pontos-chave, para entender melhor tudo o que acontece: A ideia de que as mulheres sofrem menos de doenças cardiovasculares do que os homens, porque estão protegidas pelas suas hormonas, é errada;
  • Existem vários mitos associados às doenças cardiovasculares no feminino, nomeadamente é um erro grave assumir que “fumar pouco” tem um risco cardiovascular muito baixo;
  • A mortalidade global na Europa equipara os números de mulheres a morrer com doença cardíaca (enfarte e insuficiência cardíaca)  e vascular (acidente cerebrovascular “AVC’s.) aos dos homens. Doenças cardíacas e AVC matam 1 em cada 3 mulheres na Europa;

  • A soma das doenças cardiovasculares é superior à das mortes por doença oncológica (como o cancro da mama e cancro uterino) nas sociedades ocidentais. Assim, a doença coronária é a principal causa de morte nas mulheres. Muito importante é que na realidade 80% destas mortes podem ser prevenidas com alterações no estilo de vida e educação;
  • Os fatores de risco para o aumento da incidência de complicações cardíacas não se prendem com a deficiência hormonal durante a menopausa. Esta apenas os agrava. Na verdade o risco cardíaco e vascular é um continuum que se inicia precocemente na adolescência e idade adulta jovem. Por essa razão,  os chamados fatores de risco cardiovasculares - tabagismo, hipertensão arterial, obesidade, níveis de colesterol LDL elevados,  sedentarismo, Diabetes e história familiar de enfarte do miocárdio- devem ser controlados o mais cedo possível na vida. Mesmo para mulheres ainda muito longe da menopausa;
  • Um dado importante cuja evidência cientifica se acumulou em décadas de observação e estudos: na idade fértil, a associação de tabaco e anovulatórios orais aumenta o risco cardiovascular em 20%. Por outro lado ter diabetes ou HTA na gravidez aumenta o risco cardiovascular, mesmo se normalizados após o parto;

  • É por isso muito relevante sensibilizar as mulheres para a prevenção das doenças CV. De acordo com o estudo Europeu Atlas, as mulheres fazem menos exercício, têm mais hábitos tabágicos e maiores níveis de obesidade do que os homens. Em Portugal, a hipertensão e diabetes também são mais comuns nas mulheres.
  • Mas é também importante alertar as mulheres  para outra realidade: a mortalidade hospitalar e maior risco de complicações associadas ao enfarte agudo do miocárdio, também são maiores para as mulheres. Tal resulta de várias causas, nomeadamente da  falta de consciência do risco pelas próprias mulheres o que leva a procura tardia de ajuda, bem como apresentarem  sintomas frequentemente “não tipicos” e por isso mesmo já no hospital, não serem desde logo assumidos como uma forte possibilidade de enfarte do miocárdio em curso, condicionando por isso atraso no tratamento ou tratamento menos adequado.

  • É importante relembrar os sintomas de enfarte do miocárdio que devem levar a rápida procura de ajuda: dor, peso ou aperto no meio do peito, que se estende para os braços, costas ou pescoço sobretudo se acompanhada de sensação de profundo mal-estar, transpiração ou sensação de desmaio.  Quanto mais cedo se abrir a artéria que ocluiu e que está  a fazer com que “morra músculo cardíaco”, melhor será a recuperação com menos complicações. É contudo frequente que nas mulheres os sintomas de enfarte do miocárdio sejam menos tipicos, mas devem ser igualmente valorizados, como por exemplo : sensação de náusea, suores e mal estar torácico indefinido, indigestão com eructações ( vulgo “arrotos”), fadiga extrema aguda.
  • Muito, muito importante : se há factores de risco, seja qual fôr a idade - tabagismo, hipertensão arterial, obesidade, níveis de colesterol LDL elevados, sedentarismo, diabetes e história familiar de enfarte do miocárdio- mesmo com sintomas não tipicos, estes não devem ser desvalorizados. Cada minuto conta quando uma artéria entope e começa a morrer músculo cardíaco.

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