Viemos dos dias paradisíacos, do tempo sem horas, da brisa do mar e das sombras campestres. Os romances de verão já acabaram, mas é tempo de prolongarmos os cenários pelas nossas noites dentro. Foi a pensar nisso que escolhemos 5 livros para colocar na sua mesinha de cabeceira. E não se esqueça, nestas histórias não entram comunicações telefónicas, pelo que, está na hora de silenciar o seu telemóvel e de entrar no modo “Era uma vez”…
- As vidas privadas de Pippa Lee, Rebecca Miller - Talvez o nome lhe soe familiar: não é para menos. Em 2009, as diferentes histórias desta protagonista feminina deram origem a um filme com o mesmo título, com produção executiva de Brad Pitt e um elenco de luxo, que envolve nomes como Winona Ryder e Blake Lively. Sem desvendarmos demais, este é o relato de uma mulher que, apesar de um passado conturbado, se torna a companheira ideal de um dos mais aclamados editores literários de sempre. Mãe de dois filhos já adultos e confidente das amigas do seu círculo, Pippa tem uma vida aparentemente perfeita. No entanto, acaba por ir viver para um lar de idosos aos 50 anos, a pedido do marido que já tem 80. A drástica mudança tem um impacto inesperado na sua vida, levando-a numa viagem de autodescoberta capaz de desvendar as suas diferentes facetas, deixando o leitor preso desde o primeiro minuto.
- O quarto de Jack, Emma Donoghue - Também com adaptação cinematográfica, é um dos livros mais ternos e emotivos do ano. Contado por Jack, de 5 anos, é uma ode à força de uma mulher - a mãe - e daquilo que é capaz de fazer pelo filho, mesmo nas situações mais adversas, como a que dá origem à história. Jack vive em cativeiro, embora não o saiba. Ao estilo de "A vida é bela", transportada para uma outra realidade e contexto, é um romance imperdível, contado numa voz inesperada, numa fábula de amor e sobrevivência.
- Vida após vida, Kate Atkinson - Imagina-se a viver várias vidas? A renascer num loop infinito de oportunidades? É o que acontece a Ursula Todd protagonista deste livro repleto de emoções e aventuras que vão despertar a curiosidade até dos mais cépticos. Com ritmo e uma escrita bem-humorada que se devora, é fácil perdermos a conta às vidas após vida que nos vão sendo contadas, em primeira mão, com fragmentos inesperados de cada uma, que levam a que Ursula modifique as suas ações em cada presente, sem perceber o porquê.
- A Papisa Joana, Donna Woolfolk Cross - Esta é uma escolha que interessa a mulheres de qualquer geração, e quase um marco de leitura obrigatório. Uma narrativa histórica emocionante, baseada em factos verídicos e que acompanha, desde o nascimento, a história de Joana, alegadamente a primeira e única papisa que já existiu. Viva com ela os desafios de um mundo profundamente dividido entre oportunidades desiguais entre sexos, situado numa época com ainda mais limitações, em que uma única pessoa ousa desafiar todos os limites e convenções em prol do que acredita. Não queremos ser repetitivos, mas as suas aventuras são de tal forma merecedoras de destaque que também passaram para o grande ecrã, numa adaptação de 2010.
- Deixei-te ir, Clare Mackintosh – Um thriller, sim. Mas com um twist brilhante a meio. Inteligentemente bem escrito e que, tendo em conta a proximidade da autora às três personagens, nos faz sentir ainda mais identificados e presos do início ao fim. O livro começa com um atropelamento de uma criança, a fuga do condutor e o drama de uma mãe que se questiona se terá feito tudo o que estava ao seu alcance para evitar a tragédia. A estreia de Clare Mackintosh como escritora, que já vendeu mais de cinco milhões de euros, não podia ser mais auspiciosa. A própria Paula Hawkins, autora de “A Rapariga no Comboio”, descreveu esta história de uma mãe que vive uma tragédia pessoal como “arrepiante, envolvente e surpreendente”.